Dentro das suas Mentes: como a metodologia das Constelações Sistémicas mudou a minha perspectiva Há umas semanas, facilitei uma sessão de Constelações Sistémicas num contexto organizacional para uma cliente que estava com dificuldades com a performance da sua equipa. Esta cliente é a CEO de uma pequena empresa e queria saber como poderia ajudar a sua equipa a melhorar o seu trabalho. A cliente queria perceber porque é que a sua equipa mostrava pouca autonomia a tomar decisões e a resolver problemas do dia-a-dia, parecendo esperar que fosse sempre ela a ter as respostas e as soluções. Este é o feedback da experiência da minha cliente com as Constelações Sistémicas. Esperemos que este testemunho o(a) ajude a perceber o potencial desta metodologia inovadora. |
“Partilhei com a Cristina as minhas preocupações acerca do comportamento da minha equipa. Sentia que estavam demasiado dependentes da minha capacidade de resolver as situações. Quando havia um problema, exprimiam-no de uma forma demasiado emotiva, desesperada e catastrófica. Isto punha muita pressão sobre mim. Eu queria que a minha equipa tivesse mais autonomia para encontrar soluções para os problemas, que viesse ter comigo depois de ter pensado bem sobre o problema e trouxesse várias soluções para me apresentar. A Cristina ouviu as minhas preocupações e sugeriu usarmos a metodologia das Constelações Sistémicas, graças à qual poderíamos analisar o problema e perceber as dinâmicas organizacionais entre os membros da minha equipa, a minha empresa, eu própria e os nossos stakeholders. A Cristina acreditava que os problemas pelos quais a minha empresa estava a passar derivavam da dinâmica da empresa como um todo. Desta forma, deveríamos analisar o conjunto e não só os indivíduos e as suas práticas em particular. Assim, iniciámos uma sessão de Constelações Sistémicas. Fizemo-lo através de uma videochamada, o que foi bastante cómodo para mim. A Cristina reuniu alguns representantes, um pequeno grupo de pessoas cuja tarefa seria representar os membros da minha equipa, a minha empresa, os meus clientes, os meus fornecedores e eu própria, num tabuleiro de jogo virtual. Cada um estava representado por uma peça no jogo com forma e cores diferentes. Pediu-me para começar por posicionar as peças no tabuleiro, da forma que me parecesse mais adequada. Eu fiz um círculo com as peças, “nós” (a minha equipa, a minha empresa e eu) de frente para “eles” (clientes e fornecedores), de maneira a que fosse possível a todos olharmos uns para os outros. Para mim era muito importante que cada pessoa tivesse a mesma importância e oportunidade de comunicar com os outros. |
A seguir, escolhi um representante para cada uma das pessoas do sistema; eles assumiram os seus papéis, sem saberem nada sobre mim ou sobre a minha empresa e posicionaram-se no tabuleiro. Explicaram como estavam a sentir-se dentro do sistema, partilharam as suas preocupações e propuseram pistas para resolver as disfunções que estavam a sentir. Foi uma hora em que a Cristina facilitou o que me pareceu uma sessão de roleplay, e que me permitiu ouvir a perspectiva de todos os stakeholders, à medida que os representantes revelavam os mecanismos inconscientes dos meus interlocutores ao interpretar a situação. O resultado mostrou a importância das interrelações entre todas as partes do sistema organizacional e ajudou-me a identificar aspectos que mereciam atenção e correção. Por exemplo, alguns dos membros da minha equipa (representados no sistema) sentiram que não eram suficientemente “vistos”, o que significava que não tinham a certeza do lugar que ocupavam na empresa, nem da minha aprovação das suas decisões. Uma delas teria começado mesmo a pensar num projecto seu, que lhe poderia trazer mais auto-realização. Os clientes não se sentiam respeitados e valorizados, enquanto os fornecedores sentiam uma forte lealdade para com a empresa que nem sempre era reconhecida. |
Esta metodologia permitiu apurar problemas e soluções que eu não tinha sido capaz de identificar antes desta sessão. Já comecei a implementar estratégias de melhoria e acredito que as coisas vão correr melhor e de forma mais eficiente daqui para a frente!”” |
Tal como neste caso, temos muitos outros exemplos de líderes que encontram soluções para os seus problemas organizacionais através da metodologia das Constelações Sistémicas. Uma organização não é nem mais nem menos do que pessoas a trabalhar em conjunto. Atrás dos protocolos, das melhores práticas, dos processos e procedimentos, está uma camada de comportamentos inconscientes que são intrínsecos a cada pessoa e à maneira como vêem o mundo. Através das Constelações Sistémicas, investigamos se os princípios fundamentais a qualquer sistema estao garantidos e entramos no campo do inconsciente, recolhendo informação que, de outra forma nos seria impossível obter e que seria muito provavelmente ignorada. Os modelos organizacionais e as suas mudanças têm sido estudados e implementados há décadas, mas a questão é que continua a haver problemas difíceis dentro das organizações e das equipas, baixando a produtividade das equipas e a sua realização. Com as Constelações Sistémicas, mostramos dinâmicas e mecanismos que muitas vezes funcionam inconscientemente. Mecanismos que podem alavancar-nos ou paralisar-nos. Convido-o(a) a experimentar as Constelações Sistémicas e a melhorar a agilidade da sua organização, ou a resolver um problema específico que esteja a enfrentar com a sua organização ou equipa. |