Juntar a peça que falta à agilidade organizacional
CRISTINA FERREIRA DA COSTA

Data

Agilidade é a capacidade de uma organização se renovar, adaptar, mudar rapidamente e ter sucesso num ambiente turbulento, ambíguo e em rápida mutação.
McKinsey & CO, consultora de gestão de negócios.

Passei estes últimos meses a falar com líderes, gestores e agentes de mudança de diferentes países para saber mais sobre como têm vindo a adaptar os seus produtos, serviços, equipas e operações às mudanças no mercado que estão a acontecer em todo o mundo. 

Da abertura de novas linhas de negócios para alcançar novos clientes, ao financiamento e à expansão para outros países para escalar o negócio, da implementação de um novo sistema ERP (planeamento de recursos empresariais) para integrar e simplificar as operações do dia-a-dia, aumentar a velocidade de entrega, ou mesmo redefinir a cultura e a identidade da empresa para reduzir os níveis de stress e abraçar o trabalho remoto… Ouvi os desafios de líderes e gestores que procuram agilizar os seus negócios para tirar partido de oportunidades importantes neste mundo novo e exigente. 

Todas estas conversas tiveram uma coisa particular em comum – todas abordavam o problema de uma perspectiva individual. Como líder ou gestor, o que é que decide fazer quando precisa de resolver problemas complexos? Pede a cada pessoa ou departamento para partilhar as suas ideias, opiniões, dados, números … e tenta chegar a um consenso. Ou seja: aborda o problema de uma perspectiva individual.

É por isso que certos problemas organizacionais parecem nunca desaparecer, independentemente do investimento em formação, design e agilidade dos processos ou reengenharia.

Se reparar, todas as organizações são sistemas – grupos de pessoas ligadas umas às outras, estabelecendo dinâmicas constantes entre si – e estas dinâmicas são, na maioria das vezes, inconscientes. Funcionam sob a superfície e são influenciados pela experiência de vida, crenças, cultura, religião de cada pessoa, afetando a sua percepção do mundo e, portanto, o seu comportamento em relação aos outros. Então, quando negligenciamos estas dinâmicas inconscientes, estamos a perder informação importante, a arquitectura oculta e os sistemas de relacionamento, conduzindo o processo de Mudança para um falhanço em potência.

A nossa Abordagem Sistémica, baseada no trabalho de Bert Hellinger, é uma poderosa metodologia de diagnóstico e resolução de problemas. Acede à dinâmica da organização e revela os mecanismos ocultos que, muitas vezes, funcionam inconscientementee, na maioria das vezes, paralisam as pessoas.

Bert Hellinger (falecido em 2019) foi um filósofo, teólogo e educador alemão, formador da dinâmica de grupo e psicanalista, e fundador da Family Constellation. O seu trabalho já é considerado, em todo o mundo, como uma das metodologias mais inovadoras e eficazes para a resolução de questões complexas e definição de estratégia.

O Bert’s Family Constellation foi levado para o mundo dos negócios, e o seu sucesso em empresas como Daimler-Chrysler, IBM ou BMW contribuiu para o interesse por esta metodologia em todo o mundo. Esta é uma metodologia que funciona a um nível totalmente diferente, permitindo perceber, em poucas palavras, o que o sistema realmente precisa. O que precisa de ser incluído ou o que precisa de ser dito, por quem a quem. Portanto, quando os líderes ou equipas sentem que as coisas não estão a progredir, poderão encontrar ideias para aplicar à sua situação.   

Se está a enfrentar desafios na sua organização ou equipa e sente que há muita resistência, ou mesmo que todos estão a sentir-se presos a um padrão específico, aconselho a explorar esta metodologia.

Passará a olhar para os desafios da sua organização de uma perspectiva totalmente diferente, recebendo novos insights para soluções concretas.   

Leia mais

Mais
Artigos